- Bom dia, eu vim para a consulta com o Dr. Naves –
disse à secretária.
- Pois sim, siga pelo corredor, terceira porta à
direita.
Raíssa procurou o doutor por indicação de uma amiga do trabalho. Ela dizia que era um gaúcho bonitão, forte, alto e simpático. Sei não, mas acho que o último adjetivo é controverso, enfim...
- Olá, entre e te abanque – disse o doutor (em
mulheres ele dava uma tapa, porém mais de leve e só nas costas para evitar problemas de assédio).
- Diga o seu nome e o que se passa?
- O meu nome é Raíssa. Eu tinha subido lá, comecei a
me apresentar e então escorreguei e caí, daí começou um apavoramento, muitas
pessoas vieram me pegar e...
O Dr. Naves interrompe:
- Não estou entendo patavinas. Acalme os ânimos, se
concentre e toca a ficha guria.
- Então doutor, eu sou dançarina de pole dance.
- Ah, é dessas que nem serra elétrica que não pode ver
pau de pé?
- Não, que isso! Sou uma profissional da dança e vivo
desta profissão. Não confunda as coisas. O fato é que eu estava dançando e
quando virei de cabeça para baixo soltei as pernas e caí meio que de pescoço e
ombro no chão. Está doendo muito!
- Que galinhagem eim! Por conta de uma dança quase
espicha as canelas – disse o doutor.
- Mas tem tratamento que recupere rápido doutor? Eu
preciso trabalhar.
Com uma cuia na mão ele responde a moça:
- Te acalma vivente. Tem sim, e te garanto que é mais
eficiente que japonês na roça. Esse ombro vai ficar firme que nem catarro em
parede, tu verás.
- Mas tenho que te advertir de uma coisa. Tu poderás
dançar apenas chula até o final do tratamento; é tão fácil quanto fazer falar
um rádio.
- Chula doutor? Isso é para homem! Não posso fazer nem
um strip-tease moderado?
- Xi, vejo que é tão assanhada quanto china solteira
em festa de casamento eim!
- Se não aceitar a chula te jogo naquela morsa e a
situação vai ficar mais difícil que dormir de espora sem rasgar lençol! Então,
o que acha?
- Chula, chula, chula! – Respondeu Raíssa.
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